Juiz de Fora - MG








FOTOS ATUAIS:




Cristo Redentor, no Morro do Imperador

Cine Teatro Central



Av. Independência
Av. Presidente Getúlio Vargas


Catedral Metropolitana
Calçadão da Rua Halfeld
Vista do Mirante do Cristo Redentor
Mirante do Cristo Redentor
Cristo Redentor
Prédio da Prefeitura Rio Branco/Halfeld
Juiz de Fora, após a chuva
Av. Rio Branco
Escola Normal
Escola Normal 2
Escola Academia/ Verbo Divino
Vista de cima da cidade
Teatro Central/Rua Halfeld
Bandeira de Juiz de Fora
Brasão de Juiz de Fora
Antiga Fábrica Bernardo mascarenhas











Juiz de Fora Minas Gerais - 
Uma breve história da Manchester Mineira

        Breve História - Muitas são as definições para Juiz de Fora: Princesa, Manchester, Farol... Todas revelam o carinho e orgulho daqueles que a escolheram como lar e construíram e constróem sua história a cada dia. Demonstram a vocação desta cidade mineira, nascida para o progresso, referência de arrojo e dinamismo. Aqui vários caminhos se cruzaram e transformaram para sempre a história do Brasil.

        O rio Paraibuna (águas pretas, em tupi-guarani) e o Morro do Imperador foram testemunhas do nascimento e ascensão de uma cidade. O ímpeto de progresso apagou muito de sua antiga história. Pouquíssima coisa restou de suas primeiras fazendas e o que se vê hoje em nada lembra os povoados Morro da Boiada e Santo Antônio do Paraibuna. A origem da Juiz de Fora remonta à abertura do Caminho Novo, estrada aberta para o transporte de ouro no século XVIII (ver "Falando sobre Minas").

        Entretanto sua riqueza não se fez do metal (e mais tarde do café), mas sim dos ideais dos homens que por aqui passaram. Ela é um mosaico de história de lutas e pioneirismo. Estas características fizeram dela uma das cidades mais importantes de Minas Gerais, tanto econômica quanto culturalmente. Sua população, um tanto cosmopolita, dá mais brilho à cidade. Vieram outros mineiros, paulistas, cariocas, alemães, italianos... Gente com o intuito de passar um tempo, estudando ou trabalhando, mas que acabou se apaixonando por Juiz de Fora.

        Centro de influência, cidade-pólo da Zona da Mata mineira. Sua localização privilegiada, entre três capitais (Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo), a coloca como alvo estratégico do turismo de eventos e negócios. Além disso oferece um efervescente circuito cultural e artístico, onde se incluem museus, teatros e uma agitada vida noturna, com um diferenciado leque de opções para as mais variadas exigências.

        Mas não é só. Têm espaço ainda os esportes radicais, como o rafting, o rapel e o paraquedismo. Não poderíamos esquecer o turismo rural, que apresenta excelentes alternativas de lazer na região.

        Como tudo começou - Como é lógico supor, Juiz de Fora no início era só mato, uma quase tapera (lugar abandonado, em tupi-guarani). Foi na Tapera Baixa, aliás, onde estão hoje os bairros Santa Terezinha e Bonfim, que nasceu a cidade. O local serviu para a fundação do povoado da Rocinha pelo bandeirante Garcia Rodrigues Paes.

        Garcia era filho de Fernão Dias, o célebre desbravador das terras mineiras, e chegou ao lado esquerdo do Paraibuna na primeira metade do século XVIII. Lá foi construída mais tarde a Fazenda do Alcaide-mor, Thomé Corrêa Vasques, genro de Garcia. Depois de abandonada a fazenda passou a se chamar Tapera. Uma parte dela existe até hoje e é considerada a construção mais antiga de Juiz de Fora (rua Alencar Tristão).

        Em 1820 era criado o povoado de Santo Antônio do Paraibuna. Trinta anos depois a Vila passou à cidade e em 1865 recebeu o nome definitivo de Juiz de Fora. Segundo o ex-professor Wilson de Lima Bastos (já falecido), o nome da cidade é uma menção à casa do Juiz de Fora, o qual supõe-se seria Bustamante de Sá. O título é de origem portuguesa e remonta à época do rei D. Fernando. Para ele a designação "de fora" vem de "fórum" e não de "fora", como acreditam alguns. Mesmo assim o termo guarda alguma relação; os juízes eram estrangeiros e nomeados pela Coroa, o que garantia uma suposta isenção nas deliberações. A casa do Juiz de Fora foi demolida em meados do séc. XX.

        Os caminhos se cruzaram e desenharam a história e o destino de Juiz de Fora. Tudo começou com o Caminho Novo, que tornou mais rápida a comunicação entre as minas de ouro e o porto do Rio de Janeiro. Em 1835 um engenheiro alemão, Henrique Halfeld, construiu a Estrada do Paraibuna, que fazia parte de um projeto muito mais amplo que pretendia ligar Vila Rica (atual Ouro Preto) ao Rio de Janeiro. Esta estrada desempenhou um importante papel no desenvolvimento da cidade. Por ela passa hoje a Avenida Rio Branco, a principal de Juiz de Fora. Halfeld é considerado, por estes e outros feitos, um de seus fundadores.

        Em 1861 é inaugurada, com a presença do Imperador D. Pedro II, a estrada União e Indústria, considerada uma das mais modernas do mundo na época. O percurso, de 144 Km, ligava Juiz de Fora a Petrópolis e servia para escoar a produção de café. Foi o café aliás que patrocinou muito do pioneirismo dos homens de Juiz de Fora. De pequena a cidade foi conduzida ao título de mais importante do estado, condição que ostentou por uns 40 anos.

        Atualmente a rodovia BR040 faz de Juiz de Fora uma das grandes porteiras de Minas. Esta bela cidade, quase na fronteira com o Estado do Rio de Janeiro, é por si só uma excelente saudação a todos aqueles que procuram a aventura que é conhecer Minas Gerais.

        Pioneirismo - Mariano Procópio Ferreira Lage, o construtor da União e Indústria, utilizou as técnicas mais modernas da época, o que permitia o tráfego até mesmo em períodos de chuva. Para a obra foram contratados colonos estrangeiros.

        Os primeiros a chegar foram os alemães, 1162, quando a cidade possuía uma população de pouco mais de 600 habitantes. A colônia se dividiu em dois setores, que deram origem aos bairros de São Pedro e Borboleta. É neles que todos os anos se realizam festas, onde os participantes podem experimentar muito da tradição alemã, com seus pratos típicos, músicas e danças folclóricas.

        Em 1881, vinte anos após a inauguração da União e Indústria, é inaugurado o primeiro serviço de transporte público urbano de Minas, com tração animal. A cidade toma fôlego com a crescente produção de café e a força da mão-de-obra local. Pequenas indústrias (de alemães, ingleses e demais colonos) vão surgindo e crescem. Logo se torna necessário a instituição de um sistema financeiro na própria cidade. Em 5 de setembro de 1889 nasce o Banco de Crédito Real, durante muito tempo o único do estado.

        Neste mesmo ano surge outro empreendimento que coloca Juiz de Fora como marco de inovações. O industrial Bernardo Mascarenhas funda Marmelos, a primeira usina hidrelétrica da América do Sul. Juiz de Fora se iluminava para o mundo, antes até que algumas importantes cidades européias. Foi aqui a primeira experiência de iluminação pública da América Latina. A energia dos elétrons impulsionou a industrialização, aposentando velhas máquinas a vapor. Bernardo Mascarenhas mostra ao Brasil como a energia dos rios, inúmeros no país, é um grande fator de progresso.

        O título de "Farol de Minas", associado à moderna rede de transportes e força de trabalho, inclusive com a chegada de centenas de imigrantes italianos, proporcionou um frenesi industrial. Desenvolveram-se diversos setores, destacando-se o têxtil e o de alimentos. Daí mais um título: Juiz de Fora é a Manchester Mineira. É intensa a vida cultural, com teatros, jornais, colégios... As atividades econômicas exigem cada vez mais profissionais qualificados. Surge o primeiro Instituto de Ensino Superior de Comércio do Brasil, fundado por Francisco Batista de Oliveira. A primeira Associação Comercial de Minas Gerais é fundada em 1896.

        Dados e Características:

        Localização e limites do município

            Município: Juiz de Fora
            Localização: estado de Minas Gerais, na região Sudeste do Brasil
            Distâncias: a 255 km de Belo Horizonte, a 74 km de Três Rios, 117 km de Barbacena e 184 km do Rio de Janeiro.
            Distância rodoviária da capital (de centro a centro): 272 Km
            Latitude do distrito sede do município: - 21,76417
            Longitude do distrito sede do município: - 43,35028
            Limites: ao norte, Ewbanck da Câmara e Santos Dumont; a nordeste, Piau e Coronel Pacheco; a leste Chácara e Bicas; a sudeste, Pequeri e Santana do Deserto; ao sul, Matias Barbosa e Belmiro Braga; a sudoeste, Santa Bárbara do Monte Verde; a oeste, Lima Duarte e Pedro Teixeira; a noroeste, Bias Fortes e Santos Dumont.

        Unidade territorial e características populacionais

            Área de unidade territorial (km2) - 1.429, 875
            Distritos e áreas: Juiz de Fora (distrito sede), 725,975 km2; Torreões, 374,5 Km2; Rosário de Minas, 225,6 Km2; Sarandira, 103,8 Km2
            "Aglomerados urbanos distantes": dentro do perímetro urbano de Juiz de Fora, encontramos os chamados "aglomerados", são eles: Paula Lima, Chapéu D'Úvas, Dias Tavares, Igrejinha e Filgueiras.
            População total: 513.619*

            Projeção populacional para 2010: 557.025
            (baseado na taxa de crescimento/ano e o índice de percentual da participação da região de interesse no contexto total. Fonte: Ipplan/Dipac)

            Fonte: site da prefeitura de Juiz de Fora

            População Eleitoral: 349.626
            Fonte: TRE/MG - Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais;

            Número de seções eleitorias: 1.069
            Fonte: TRE/MG - Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais;

        Características Geográficas

            Posição Geográfica: Sudeste do Estado de Minas Gerais
            Mesorregião Zona da Mata Mineira
            Microrregião: 065 (Juiz de Fora)
            Altitude: 678 m acima do nível do mar
            Latitude: 21 41' 20"sul
            Longitude: 43 20' 40" oeste
            Altitude: 678 m acima do nível do mar (centro comercial). Máxima de 1.104 m e mínima de 467 m. Área industrial: 680 m. Cidade Alta (residencial):
            850 m.
            Pressão atmosférica: 911,9 mb
            Temperatura média anual: 18,9 C
            Umidade relativa média anual: 81%
            Precipitação total anual: 1.538,8 mm
            Insolação total anual: 1.538,8 horas de brilho solar
            Fonte: Anuário estatístico de Juiz de Fora/2000 - Centro de Ciências Sociais - UFJF
            Clima: tropical de altitude. Mesotérmico, com verão chuvoso e quente (Classificação de W. Koppen). Possui duas estações bem definidas - uma, que vai de outubro a abril, com temperaturas mais elevadas e maiores precipitações pluviométricas e outra, de maio a setembro, mais fria e com menor presença de chuvas.
            Relevo: acidentado, elevado e de aspecto serrano. Bastente dissecado, com colinas côncavas-convexas e vales, com altitude de 700 e 900 m, características do Vale Paraíba do Sul e contrafortes da serra da Mantiqueira.
            Hidrografia: rio Paraibuna e os afluentes, Peixe e Cágado, todos integrantes da Bacia do Paraíba do Sul
            Região fitoecológica - caracterizando o tipo de clima, é chamada Floresta Estacional Semidecidual.

        Ecossistema
        Fauna: animais característicos da região - paca, cutia, preguiça, capivara, quati, cachorro-do-mato, gambá, macacos como o sagüi e o macaco-prego, jacus, mutuns, jacutingas, tucanos e papagaios.

        Flora: no perímetro urbano, a floresta foi totalmente dizimada. Da Zona da Mata, sobraram manchas de florestas secundárias rejuvenescidas, como a Mata do Krambeck, Reserva do Poço D'Antas e o Parque da Lajinha.

        Recursos naturais: solos (agricultura), produtos derivados das florestas, as águas (superficiais e subterrâneas) e recursos minerais. A região de antigas rochas que armazenam minarais básicos com ocorrência de quartzo, feldspato e mica. Também são encontrados argila com alto teor de ferro, caulim, ametista, talco e águas minerais.




HISTÓRIA DO MUNICÍPIO


        A história  de  Juiz  de  Fora  confunde-se  com  a  história  do  século XIX mineiro. Situada na Zona da Mata, suas origens remontam    à abertura do Caminho Novo, estrada criada para o transporte do oouro no século  XVIII. Diversos povoados surgiram, estimulados pelo  movimento  das  tropas que ali transitavam rumo ao Rio de Janeiro, a exemplo  de  Santo  Antônio  do  Paraibuna, criado  por  volta de 1820.
        Em 1850, a Vila de Santo Antonio do Paraibuna é elevada à categoria de cidade e, quinze anos depois, ganha o nome de cidade do Juiz de Fora. Este curioso nome gera muitas dúvidas quanto à sua origem. O Juiz de Fora era um magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito. A versão mais aceita pela historiografia admite que um desses magistrados hospedou- se por pouco tempo em  uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora. Mais tarde, próximo a ela, surgiria o povoado. A identidade exata e a atuação desse personagem   na  história  local  ainda  são  polêmicas.
        Um personagem de grande importância na cidade foi o engenheiro alemão Henrique Guilherme Fernando Halfeld que empresta seu nome  a uma das principais ruas do comércio local. Halfeld, após realizar uma série de obras a serviço do Estado Imperial Brasileiro, acaba por fixar residência na cidade, envolve-se na vida política, constrói a Estrada do Paraibuna e promove diversas atividades no município,  sendo considerado  um  de  seus  fundadores.
        Mas contar a história de uma cidade é mais que citar seus personagens ilustres e seus feitos. Fazemos referência à população pobre e livre que vivia na cidade, responsável pelo pequeno comércio, produção de gêneros e utensílios de primeira necessidade e aos escravos, que constituíam,  na  década  de  1860,  quase  60%  da  população  total.
        A partir de 1850, Juiz de Fora passa a vivenciar um processo de grande desenvolvimento econômico proporcionado pela agricultura cafeeira que se expandia pela Zona da Mata Mineira, dando origem   à formação de várias fazendas. Por iniciativa de Mariano Procópio Ferreira Lage, inicia-se a construção da primeira via de transporte rodoviário do Brasil: a Estrada União e Indústria, com 144 Km de Petrópolis a Juiz de Fora, com o objetivo de encurtar a viagem entre   a Corte e a Província de Minas e facilitar o transporte do café. Para sua construção, foram contratados técnicos, engenheiros e artífices alemães. Anos depois, Mariano Procópio cria um núcleo colonial voltado para a produção de gêneros agrícolas, dando origem à Colônia D. Pedro II, composta de 1.162 imigrantes alemães. Esta colônia não conseguiu se manter por muito tempo, levando muitos colonos a abandonar suas terras  em direção à cidade, engrossando  as  fileiras  do  nascente  proletariado  industrial.       

                                                 
Fotos de R. H. Klumb pertencentes à documentação fotográfica da Estrada União e Indústria,   realizadas  entre  1863  e  1868:
1. Trecho da Estrada União e Indústria
2. Colônia D. Pedro II

        No século XIX, Juiz de Fora tornou-se um dinâmico centro econômico, político, social e cultural. Aos poucos, suas funções   se ampliam, ganhando ares de cidade moderna, ponto de confluência da população circunvizinha. Ganha um plano de demarcação e nivelamento de ruas, telégrafo, imprensa, banco, bondes. Houve a implantação de iluminação  pública, que  inicialmente  era  a  gás  e,  depois,  em  1889,  elétrica.
        Os ganhos obtidos com o café, associados às facilidades de transporte, energia e mão-de-obra, acrescida com a chegada de centenas de imigrantes italianos, possibilitaram um intenso desenvolvimento industrial, e a cidade passa a ser denominada   "A  Manchester  Mineira". Os setores que mais se desenvolveram foram o da indústria têxtil e, em segundo lugar, o da produção     de  alimentos.
        Juiz de Fora, no final do século XIX, possuía uma dinâmica vida   cultural, representada pelos teatros, jornais, colégios e intensa atividade literária. A própria arquitetura reflete a prosperidade econômica e cultural, por meio do estilo eclético das construções, com  diferentes  manifestações  do  passado: o  gótico,  o  grego  e  com  a  introdução,  neste  século,  do  Art  Nouveau  e  Art  Deco. Mais tarde, na década de 50 do nosso século, encontramos construções  com  concepções  modernas,  como  as  obras  de  Niemayer  e  os  painéis  de  Di  Cavalcanti  e  Portinari.

Foto da antiga Rua Direita - atual Av. Barão de Rio Branco - 1903, de autoria do fotógrafo Soucaseaux  -  acervo  do  Museu  Mariano  Procópio

Foto panorâmica da cidade -1893 - autor desconhecido - acervo do Museu Mariano Procópio

Foto da Rua do Comércio - atual Batista de Oliveira -1903 - autor Soucaseax - acervo  do  Museu  Mariano  Procópio

        Durante todo o século XX, Juiz de Fora se destaca nos grandes  momentos históricos do País. E, após viver um período de relativa decadência industrial a partir da década de 1940, passou a se destacar pelo crescimento dos setores comercial, industrial e de prestação  de  serviços,  o  que  a  coloca  como  a  segunda  cidade  de  Minas  Gerais  e  a  Capital  da  Zona  da  Mata  Mineira.

FONTE: http://camarajf.mg.gov.br/index.php?page=jf/historia_do_municipio